A cidade de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, é pioneira em um projeto modelo em sustentabilidade e preservação ambiental: os pontos de apoio. Essas grandes áreas de coleta de lixo seco, reciclável, são responsáveis por uma considerável diminuição na quantidade de detritos que é levada ao aterro sanitário. O sistema até recebeu um prêmio nacional. Mas o projeto apresentou uma falha em três locais: eles não são cercados e não contam com funcionários na segurança. Sem nenhum tipo de controle, todos os tipos de lixo, inclusive remédios e produtos químicos, são descartados nos locais.

Medicamentos vencidos e recipientes usados para guardar material químico espalhados ao ar livre, sem nenhum cuidado, foram encontrados no local. No ponto de apoio do Jardim Ana Célia não há funcionários da Prefeitura e nem controle de entrada. Moradores do bairro cortam caminho pelo meio do terreno, que mais parece um lixão a céu aberto.

Animais também são comuns. O local fica bem no meio do bairro, cercado por casas. Um funcionário da Prefeitura disse ser o responsável pelos pontos de apoio e recolheu parte do medicamento. Ele reconhece a falta de fiscalização.

O descaso é tão grande que algumas pessoas moram no ponto de apoio. Nos pontos de apoio só podem ser descartados galhos, entulhos e lixo reciclável. Resíduos orgânicos e hospitalares estão proibidos. Mas o problema é controlar o descarte, principalmente nos locais abertos, como no Jardim Ana Célia.

O secretário de Serviços Gerais reconhece o problema e a dificuldade em controlar o que é jogado no depósito. O Ministério Público instaurou inquérito civil para apurar irregularidades no ponto de apoio do Bairro Gonzaga de Campos, que em setembro pegou fogo durante sete dias seguidos.

A Prefeitura disse ainda que até o ano que vem os três pontos de apoio serão cercados: 8 novos locais de descarte devem ser criados, antes do fim de 2012.

Fonte: G1